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06 novembro 2010

Saúde ocupacional se beneficia com a prevenção.

De olho não só na legislação, mas também na redução de custos e na qualidade de vida dos funcionários, empresas investem na saúde e segurança. Todas as organizações, ao se constituírem, dão de frente com a obrigatoriedade legal de preservarem a integridade de seus colaboradores através da legislação que regulamenta a segurança e saúde do trabalhador. Porém, as empresas começaram a perceber tal exigência, não apenas como o cumprimento da lei, mas que poderiam agregar valor ao fato, e acima de tudo, atuarem como responsáveis perante seus clientes internos e externos.

Legalmente falando, as exigências, em sua maioria, estão prescritas nas Normas Regulamentadoras de Saúde e Segurança do Trabalho – NR. As que atingem a maior parte das empresas são:

NR 5 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA;
NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;
NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
NR 17 – Ergonomia.

Há, ainda, a NR 4 da Portaria 3214 de 1978 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, que trata da necessidade de ter o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), próprio ou terceirizado. "Provavelmente um dos fatores que esteja contribuindo para esta nova percepção empresarial, em não ver este serviço como uma obrigação, mas sim como uma ação responsável, seja a reformulação da NR 4, a qual cria a figura do Serviço Especializado de Segurança e Saúde no Trabalho (SEST) Compartilhado, colocando a possibilidade de, em algumas situações específicas, várias empresas compartilharem de um mesmo serviço especializado. Além disso, nestas situações elas estarão submetidas a um controle social, o que pode funcionar como uma garantia e zelar pela qualidade dos serviços prestados", explica Dr. Newton Dias, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho (ABRESST).
Assim, a medicina ocupacional recebe "coberturas extras" à suas atividades, ou seja, "as empresas buscam cada vez mais a prevenção na saúde dos trabalhadores, oferecendo um real programa de qualidade de vida. Isso começou quando as empresas perceberam o grande número de colaboradores afastados por causa de lesões por esforços repetitivos - LER, perdas auditivas e/ou vocais, lombalgia, entre outros problemas relacionados à saúde do trabalhador. A deficiência que os colaboradores têm de encontrar atendimento preventivo na rede pública, também é um fator importante", coloca Mônica Lemos, gerente administrativa da Clínica Belém.
Colocando em datas, segundo Dr. Sergio Cagno, diretor Comercial e Marketing da Bioqualynet, esta busca por novos serviços tem se acentuado nos últimos cinco anos no Brasil, embora, a cerca de vinte anos, esta cultura já esteja presente nas multinacionais.

São inúmeros os benefícios adicionais que as empresas oferecem, entre eles estão:

-Ginástica Laboral;
-Prevenção de DORT / LER;
-Palestras e treinamentos sobre: stress, tabagismo, alcoolismo, doenças sexualmente transmissíveis, AIDS, câncer de mama, câncer de colo, TPM, câncer de próstata, drogas, ergonomia, nutrição, dengue, entre outras;
-Campanhas anuais de diabetes, hipertensão, colesterol e triglicérides, através da medição em todos os colaboradores.
 
Essas ações são complementadas com:
 
-A distribuição de folhetos explicativos;
-Teatro e intervenção;
-Integração na empresa; 
-Treinamento de primeiros socorros;
-Treinamento teórico e prático dos colaboradores com o serviço de Medicina e Segurança do Trabalho, sobre os riscos que os colaboradores estão expostos, explicando quais as medidas, os deveres e os direitos utilizados pela empresa para protegê-los;
-Proteção Auditiva e vocal;
-Segurança no trânsito;
-Qualidade de vida; 
-Campanha de Vacinação, para imunização dos colaboradores às gripes, pneumonia, hepatite, tétano, difteria etc.

Porém, mesmo que o antigo ditado popular alerte: "antes prevenir do que remediar", a medicina preventiva no Brasil ainda tem um índice de aderência muito abaixo do que o da medicina curativa. Entretanto, sabe-se que trabalhos de prevenção reduzem em grande quantidade o custo que a empresa gasta com assistência médica para os seus colaboradores. "Talvez essa seja a única forma de diminuir os custos de assistência médica. Estatísticas internacionais mostram que a cada um dólar investido em prevenção, retornam quatro dólares de economia na assistência médica", enumera Cagno.

Dr. Eduardo Krueger Cota, diretor geral da Omnia Saúde Ocupacional, lembra um fato bastante corriqueiro nas empresas, que são os casos das gripes. "Se avaliarmos os custos das conseqüências econômicas da gripe para as empresas, encontraremos cerca de 20% a 30% dos empregados com esta doença, ocasionando em torno de 70% a 80% de absenteísmo e perda de produtividade".

Mas as vantagens para tal atividade não se extinguem apenas na redução de sinistros em planos médicos, outras também podem ser percebidas, são elas:

-Aumento da produtividade;
-Melhoria do clima de trabalho;
-Aumento do comprometimento;
-Diminuição do absenteísmo;
-Diagnóstico precoce de patologias ou problemas;
-Diminuição do número de acidentes; 
-Agrega valor, já que a empresa que promove a saúde de seus colaboradores, conquista seu cliente interno;
-Melhoria da imagem perante os clientes externos;

"Imagine como a vida do trabalhador irá melhorar sabendo que alguém se preocupa com ele e com seu bem-estar. Este trabalho é na realidade um salário indireto", coloca Dr. Eduardo de Moraes, diretor Médico da Líder Saúde Ocupacional.

Por conta desta nova visão da medicina ocupacional, empresas especializadas começam a chamar a atenção das organizações para implementar o benefício.

Elas oferecem, além dos serviços citados anteriormente, terceirização de plantão médico do trabalho; plantão de enfermagem; mão-de-obra de engenheiro do trabalho e técnico de segurança; organização da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat); montagem e supervisão de ambulatório, entre outros serviços. "O fato de não existir vínculo empregatício com a empresa terceirizada gera uma grande redução de impostos, além da empresa contratante ter disponível um profissional gabaritado e conhecedor dos serviços de saúde e segurança no trabalho", fala Maria Eliza Pelogi, do departamento de marketing da Astra Segurança e Medicina do Trabalho. 

A implementação deste tipo de atividade requer alguns cuidados, os quais Dr. Moraes ressalta que inicialmente a empresa tem de prestar a atenção para não criar gastos que inviabilizem o projeto, devendo a organização implementar os serviços continuamente, de forma que os resultados apareçam, proporcionando credibilidade ao projeto e incentivando a diretoria a aprovar novos investimentos.

Deve-se colocar uma política de saúde e segurança no trabalho consistente, para que efetivamente sejam trabalhadas questões relativas a prevenção de acidentes de trabalho e de doenças ocupacionais. "Depois disso, a empresa pode, gradativamente, iniciar jornadas de palestras educativas aos empregados, até mesmo com a abertura para participação dos familiares, uma vez que parente doente também reduz a concentração dos trabalhadores", alerta o doutor.

http://www.rhcentral.com.br

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