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06 novembro 2010

Ergonomia e Ginástica Laboral nas empresas.

No Brasil, o conceito da ergonomia é pouco aplicado pelas empresas. Muitas vezes até desconhecido. O maior motivo disso é que muitos empresários ainda pensam que apenas a ginástica laboral é suficiente.

Para empresas que não possuem nenhuma forma de prevenção a ginástica laboral contribui bastante, porém o resultado mais significante na queda da taxa de acidentes e incidentes no trabalho é encontrado nas empresas que aplicam o sistema ergonômico.

É importante ressaltar que ginástica laboral não é a mesma coisa que ergonomia, mas ela faz parte do sistema ergonômico.

Ginástica Laboral é a prática de exercícios realizada durante o expediente, visando benefícios para a saúde do trabalhador e reduzindo impactos negativos do trabalho, tais como: sedentarismo, problemas físicos, sociais e psicológicos. Esta prática traz benefícios não só para a vida do trabalhador, mas também para a empresa, pois empregados sem problemas de saúde são sinônimo de aumento na produtividade. Dentre os benefícios gerados para a empresa através da ginástica laboral, os que merecem destaque é a significativa queda na taxa de ocorrências de acidentes de trabalho e de faltas ao trabalho por motivos médicos.

Já a Ergonomia possui métodos para descrever e avaliar as atividades realizadas pelos trabalhadores, de modo a gerar recomendações para a sua transformação e “começa na estrutura da empresa como um todo e na total cumplicidade entre médicos, fisioterapeutas e recursos humanos com a engenharia de produção.” (educacaofisica.com.br).

Como já definia Grandjean em 1968 (ergonomia.ufpr.br), “o objetivo prático da Ergonomia é a adaptação do posto de trabalho, dos instrumentos, das máquinas, dos horários, do meio ambiente às exigências do homem. A realização de tais objetivos, ao nível industrial, propicia uma facilidade do trabalho e um rendimento do esforço humano”.

Para os empresários que pensam que a ginástica laboral tem um custo elevado, segundo a fisioterapeuta e consultora da Ergoprime Silva Cristina (educacaofisica.com.br) “para uma empresa com 100 trabalhadores e programas laborais de 2ª, 4ª e 6ª feiras, o custo é de R$ 1 por trabalhador. Como são 12 práticas por mês, cada funcionário custará R$ 12 ou R$ 1,2 mil para os 100 trabalhadores ”.

Devido a este pensamente errôneo, há pouco investimento no sistema de ergonomia nas empresas, e por conseguinte, há cada vez mais empregados afastados de seus trabalhos por doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Conforme Pegatin (2008, topergonomia.com.br) ao analisar dados estatísticos pode-se perceber um retorno de 3 a 5 vezes sobre a verba aplicada em programas de ginástica e hábitos de saúde, considerando faltas, encargos sociais e outros fatores relacionados à saúde que afetam a produtividade da empresa. Também é possível reduzir em 70% o número de acidentes, de acordo com pesquisa realizada pela HFES (Human Factors and Ergonomics Society) em empresas americanas.

Entretanto, as consequências disso vão além da falta do empregado na empresa. Para um empregado afastado, a empresa paga a remuneração e encargos sobre os 15 primeiros dias, e conforme a natureza da atividade, é necessário contratar outra pessoa para suprir a falta do trabalhador. Após o retorno é importante alocar o empregado num local que não continue prejudicando a sua saúde. Além disso, há o risco da empresa enfrentar ações judiciais, onde pode se ver obrigada a pagar indenizações para empregados que se sentem prejudicados por não possuírem mais a mesma capacidade física, por não terem remuneração suficiente pra cobrir os gastos com remédios, por se sentirem atingidos moralmente, entre outros fatores.

Apesar da consistência de todos esses dados, muitas empresas deixam de investir em atividades preventivas acreditando que se trata apenas de um gasto demasiadamente alto que não traz retornos, deixando de analisar a realidade dos altos custos com patologias do trabalho, ações trabalhistas e inclusive, de levar em conta os benefícios futuros que essa prática gera para a empresa e para a sociedade.

O Passivo Trabalhista que se cria pode ir muito além do custo de manutenção da ergonomia e da ginástica laboral. Portanto, indiscutivelmente, a prevenção é a melhor saída para a redução dos riscos, tanto para a empresa quanto para o empregado.

Fonte: Rozane Maria Locatelli - JB Software Ltda

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